A expansão do Evangelho em terras sul-mato-grossenses

por mar 23, 2012Notícias0 Comentários


(Extratos do livro do Centenário)

“No futuro, uma multidão tão numerosa como os impérios da Europa se achará dentro deste grande Estado e o caracter e a fé deste povo das gerações vindouras depende de vós. Devemos ter mais missionários neste campo e isto depende das vossas contribuições. Avante, irmãos!” (A. B. Deter, OJB 24 de janeiro de 1918)

O Evangelho avançou por grande parte do território mato-grossense, após a organização da Primeira Igreja Batista em Corumbá.

De lá o povo de Deus chegou inicialmente a Aquidauana, tendo organizado a Primeira Igreja Batista em 17 de janeiro de 1915, com 16 membros.

A PIB em Aquidauana era bem vista pelos moradores da cidade. Pessoas influentes como advogados, negociantes e políticos sempre frequentavam os cultos. A paz imperava no círculo político da cidade. Na opinião do missionário A. B. Deter isso era devido à influência que a igreja exercia sobre toda a cidade.

Em 1917 Deter realizou uma série de conferências evangelísticas em Aquidauana. O proprietário do cinema Brasil cedeu o espaço para a realização do evento. O redator do principal jornal da cidade, o D’Razão, publicou convite para que os moradores participassem.

Aos 14 dias de dezembro de 1917, a PIB em Aquidauana realizou dois concílios visando à ordenação ao ministério da Palavra. Os candidatos foram Francisco Correia de Araújo e Selidônio Urbieta. O primeiro foi consagrado com vistas ao pastorado da PIB em Aquidauana, e o segundo, da PIB em Campo Grande.

Francisco de Araújo foi um nome de destaque nos primórdios do trabalho batista no Mato Grosso. Ele era membro da PIB do Rio de Janeiro e por muitos anos trabalhou em terras mato-grossenses como evangelista da Junta de Missões Nacionais.

A PIB em Aquidauana foi a primeira igreja no estado a, simultaneamente, sustentar integralmente o seu pastor e ter a sua sede própria com templo.

Os primeiros diáconos

No dia 15 de dezembro de 1917, na PIB em Aquidauana, foi consagrado como diácono o irmão João Gregório Urbieta.
Oito dias depois, a PIB em Corumbá consagrou ao diaconato os irmãos Horácio Kneipp Ladeira, Antonio Augusto de Figueiredo e Sebastião de Oliveira.
Essas consagrações foram as primeiras realizadas no estado do Mato Grosso.

As sementes em Miranda

Em 1918 a PIB em Corumbá apoiava a congregação batista existente em Miranda. Apesar do pouco número, os membros da pequena missão eram muito animados nas atividades. Os líderes à época foram Evaristo Gomes Ferreira, Geraldo de Barros e Nicolau de Oliveira.

Os primórdios batistas em Campo Grande

O trabalho batista em Campo Grande teve início com a conversão do militar Manuel Carlos de Souza Rondon, no ano de 1915. Ele servia ao Exército Brasileiro em Corumbá. Ali ouviu a mensagem do Evangelho através dos batistas corumbaenses.

Ao retornar para Campo Grande, começou a evangelizar os moradores da cidade, incluindo os seus familiares. No começo, Rondon teve muita resistência dentro de casa, principalmente por parte de sua mãe e dos adeptos da antiga religião que ele professava. Mesmo assim o jovem crente não desistiu de testemunhar. O tempo passou e ele conseguiu resultados com a sua pregação. Em pouco tempo, ele já conseguia reunir, nos finais de semana, cerca de trinta pessoas para ouvir mensagens evangelísticas.

Passados dois anos e o número de pessoas sedentas pelo Evangelho crescendo muito, Carlito, como era conhecido o jovem Rondon, foi buscar ajuda na sua igreja de origem, a PIB em Corumbá. Na visão de Carlito “as suas ovelhas” precisavam agora de alguém para cuidá-las. Os irmãos de Corumbá enviaram mensageiros para Campo Grande. A PIB em Aquidauana também enviou pregadores incumbidos de cuidar dos novos irmãos em Campo Grande. Nessa época as pregações eram realizadas em dois locais da cidade, um no centro de Campo Grande e outro a dez quilômetros dali.

No final de 1917, o Secretário Correspondente da Junta de Missões Nacionais (JMN), A. B. Deter, realizou uma série de conferências em Campo Grande, no teatro Guarany. O local ficou repleto de pessoas, que ouviram com muita atenção a mensagem evangelística.

No culto de organização da PIB em Campo Grande, o pastor Pedro Sebastião Barbosa, da PIB em Corumbá, foi o presidente. Os 21 membros fundadores da igreja eram todos oriundos da PIB em Aquidauana, apesar de a PIB em Corumbá ter sido a igreja fundadora, porquanto a PIB em Aquidauana, desde o começo, juntou-se à PIB em Corumbá com o fim de cooperar na abertura do trabalho em Campo Grande. O primeiro pastor da PIB em Campo Grande foi Selidônio Urbieta, o qual havia sido consagrado em Aquidauana 15 dias antes.

Em 1918 Selidônio Urbieta era um pastor batista que chamava a atenção da cidade. Ele conquistou a confiança e a admiração dos campo-grandenses, trazendo para a igreja pessoas de destaque no município como o cirurgião dentista Carlos da Matta e Elyseu Cavalcante de Albuquerque.

Também em Campo Grande, os batismos incitavam a curiosidade dos moradores. Nos dias em que havia a cerimônia, muitas pessoas compareciam. Os batistas eram elogiados pela forma como celebravam o batismo dos novos convertidos.
A PIB em Campo Grande teve como sua primeira sede um prédio alugado na esquina da Rua Barão do Rio Branco com a Rua 13 de Maio, local onde hoje está localizado um hotel.
Segundo informações da historiadora Vera Tylde, membro da PIB em Campo Grande, no ano de 1918, o coronel Bernardo Franco Baís doou à igreja o terreno da Rua 13 de Maio, local onde está o atual templo. O terreno ia até a Rua Dom Aquino, englobando a área em que hoje está uma agência bancária, a qual foi vendida para a construção do templo.

Crise em Campo Grande

A estrada de ferro trouxe muitos moradores novos a Campo Grande e a chegada dos quartéis do Exército ao Bairro Amambaí trouxe um grande aumento populacional nessa parte da cidade. Assim, em 8 de setembro de 1918, muitos membros da PIB em Campo Grande reivindicavam um ponto de pregação no Bairro Amambaí.

Em 8 de dezembro do mesmo ano, uma comissão foi designada para tratar do caso com os chamados “opositores”. Quatro dias depois, este grupo composto de dezesseis pessoas foi excluído do rol de membros. No grupo estava o Pr. Selidônio Urbieta, o qual foi excluído, em assembleia extraordinária, no dia 29 de dezembro de 1918, quando a igreja comemorou o seu primeiro aniversário. A assembleia reunida entendeu que chegou a essa decisão pelo fato de o pastor Selidônio ter tido desavenças com a liderança da igreja.

Com a saída do pastor Urbieta, o pastor Pedro Sebastião Barbosa, na época em Corumbá, assumiu o pastorado de forma interina.
Anos mais tarde, foi aprovado o início de uma congregação no bairro Amambaí, a qual deu origem à Segunda Igreja Batista em Campo Grande, em 1949.

1917: A cooperação somente aumentava seis anos depois do início do trabalho batista em terras mato-grossenses

Os batistas de Mato Grosso somavam um total de 148 membros em três igrejas organizadas, com três pastores consagrados. O templo de Aquidauana já estava erigido e o de Corumbá prestes a ser edificado.

Os batistas do estado contribuíam com Missões Nacionais e com Missões Estrangeiras, assim como jamais perdiam a oportunidade de cooperarem com a Convenção Batista Brasileira (CBB). (Continua na próxima edição)

Publicitário, chefe do departamento de comunicação social e gestor de TI.
Anderson Solano

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