“Afirmam os pensadores que o séc. 18 descobriu o homem; o séc. 19 descobriu a mulher; e o séc. 20 descobriu a criança.”
Já faz 16 anos que não comemoro mais o dia da criança, pois quando completei 10 anos de idade, já não me senti mais uma criança. Tornei-me um adolescente e comecei influenciar crianças; aos 18 anos fui para o Seminário Teológico e descobri que tinha o chamado para pastorear crianças. Fiz uma pós-graduação em Aconselhamento e Psicologia Pastoral e decidi viver em prol do dia a dia da criança, em tempo integral. E sempre quando chega o mês de outubro, e com ele o dia das crianças, é o momento em que penso profundamente nas necessidades dos pequeninos.
O dia 12 outubro é a data brasileira para o Dia das Crianças e foi criada há mais ou menos 42 anos, quando Éber Alfred Goldberg, diretor comercial da Estrela – Fábrica de Brinquedos, em parceria com a Johnson & Johnson, decidiu lançar a “Semana do Bebê Robusto”.
Com o sucesso dessa semana, as empresas decidiram criar a “Semana da Criança”. Essa proposta surgiu no final de junho e seus idealizadores queriam que ocorresse esse evento ainda no mesmo ano, então o mês escolhido foi outubro. Como foi um sucesso, os fabricantes decidiram escolher um dia para que esse evento fosse realizado, o dia escolhido foi 12 de outubro.
Daí para frente, todos os anos, o Dia das Crianças passou a ser comemorado no dia 12 outubro. Além de ser ótimo para quem vende, é maravilhoso para quem é criança, porque ganha presentes nesse dia. Na China, o Dia das Crianças é comemorado no mesmo dia em que se celebra a festa para os meninos (que é semelhante a um “Dia das Crianças”), no Japão, 5 de maio. Já em Portugal é comemorado no dia 1º de junho e na Índia no dia 15 de novembro.
Porém, segundo a ONU, o Dia Universal das crianças é celebrado no dia 20 de novembro, no qual se comemora a Declaração dos Direitos da Criança. Não importa o dia, o que importa é vermos nossas crianças sorrindo sempre!
Mas como é o dia a dia de nossas crianças? Quais os seus medos? O que as deixam tristes? Quais as reais carências e anseios de suas vidas?
A grande verdade é que os líderes, educadores e pais estão mais atentos às necessidades das crianças e estão descobrindo que precisam investir na fase da vida infantil. Investir no dia a dia das crianças é mais que fazê-las saber mentalmente sobre Jesus Cristo e seus ensinamentos. É acompanhar, zelar, cuidar, apascentar, amar de tal maneira, que as vejamos transformadas no corpo, na alma e espírito.
Quando se conhece uma criança no seu dia a dia, seus líderes as ouvem, se relacionam com elas com interesse real, as encorajam, seja através da palavra certa, de forma certa, no momento certo, seja por meio de atitudes que as valorizam, fazendo-as se sentirem importantes, sociáveis, bem cuidadas e priorizadas.
Não tenho dúvidas que a infância é uma fase fantástica, de descobertas incríveis e maior aceitação ao ensino e à aplicação prática. Nesta fase estão abertas para receberem princípios e valores eternos, pois estão cheias de curiosidades, dúvidas, anseios, vontade de fazer o certo, dispostas às mudanças radicais. Mas a infância passa rápido, e é longo o período de fragilidade e por esse motivo é que os pequeninos requerem que se lhes providenciem alimento, cuidado, aceitação, carinho, motivação, correção e ensinamentos para a vida.
Entender a criança no seu cotidiano é reconhecer que somente no século 20 (pelo menos no mundo ocidental) as crianças passaram a ser tratadas adequadamente. A expansão do consumismo, da violência, da perda da infância, da depressão, da pobreza, do desemprego, do avanço da tecnologia e do imediatismo fornecem desafios interessantes para os pais e educadores. A história mundial estimula-nos a enxergar o quadro mais amplo em que a criança está inserida, pois elas refletem as sociedades em que estão inseridas e também ajudam a construir essas sociedades, por intermédio dos adultos que surgem das crianças. A criança, nesse sentido, é uma chave única para a experiência humana maior.
O lar deve ser em si próprio um abrigo seguro, um tipo de escola na qual se aprendem as lições básicas da vida, um tipo de igreja na qual Deus é honrado. (Billy Graham)1
Um dos grandes desafios do século XXI são as pessoas descobrirem caminhos eficazes para ajudarem as crianças a crescerem com a capacidade de construir a paz, a dignidade, o respeito, o amor, a fraternidade e a solidariedade em um mundo com tão pouca esperança de mudanças. O meu desejo é que os pais, os líderes e as pessoas influentes nas decisões importantes da nossa vida, possam refletir sobre o Dia das Crianças e mais ainda, investirem no dia a dia desses pequeninos. Só assim poderemos garantir uma sociedade saudável e equilibrada.
Pr. Aldezir Mota Soares.
(Pastor de Crianças PIB de Campo Grande – MS
(67) 9292-7447
[email protected]
1 FULLER, Cheri – Os Horizontes Espirituais da Criança Ed. Vida, 2003 P. 148
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