IRMÃ PAULINA GRIMM
HISTÓRICO
Paulina Grimm, nascida em 09 de janeiro 1938 em Paysandú, uma das mais importantes cidades do Uruguai. Com antepassados de origem alemã, seus pais fugiram para o Brasil depois da 1ª Guerra Mundial e depois mudaram-se para o Uruguai. Quando Paulina tinha dois anos de idade, sua família retornou à Alemanha, onde ainda têm parentes.
2ª GUERRA MUNDIAL
Não muito tempo depois do retorno da família à Alemanha, estourou a 2ª Guerra Mundial. Seu pai foi convocado para servir no Exército como soldado defendendo a Alemanha. Durante a guerra às vezes ele podia visitar a família em casa, o que era motivo de grande alegria. “Passamos necessidade, muito medo, pois as bombas caiam ao nosso redor, tudo estremecia, vidros das janelas, portas batiam, e nós nos escondíamos com todos os vizinhos nos Porões. Um dia chegou a notícia da morte do meu pai querido. Choramos muito, a dor era grande. No entanto após o término da guerra, os Russos invadiram a nossa cidade, mataram muita gente. Um Russo entrou na casa da nossa tia e viu uma foto da nossa família e meu pai fardado. Reconheceu minha mãe e atirou na cabeça dela. Ficamos 6 órfãos. Fomos recolhidos pela irmã da minha mãe e do tio. Nossos parentes aqui do Brasil mandaram pacotes de alimento, inclusive chocolate. Eu já estava indo a aula, pois já tinha 7 anos”, relata Paulina.
Paulina retornou ao Brasil no dia 06 de janeiro de 1950, após 14 dias de viagem de navio. Foi adotada pela família do irmão de sua mãe, que tinha mais três filhos.
SAUDADES
De família pertencente à Igreja Evangélica Luterana, quando pequena, Paulina gostava de ir à igreja para cantar. Seus pais ensinaram os filhos a orar e juntos cantavam. Na escola foi formado um coral, onde Paulina cantava e foram convidados a cantar no Castelo.
Em tempos difíceis, a família foi separada, indo cada um dos irmãos para a casa de um tio. “Não foi fácil, pois a saudade dos meus pais era grande”, relembra com tristeza Paulina. Ela esforçou-se e estudou, formando-se no 1º ginásio e depois fez auxiliar de Enfermagem, na cidade de Ijuí-RS, e posteriormente trabalhou no Hospital.
Certo dia uma vizinha a convidou para ir numa fazenda onde tinha uma amiga morando. “Fiquei encantada, e muito mais encantada, pois me encontrei com meu amor, cujo amor foi a 1ª vista, o meu Waldemar!”, descreve Paulina. Durante a semana ele trabalhava na lavoura e no fim da semana visitava Paulina.
Como namorados, Waldemar a levou a Juventude Batista que ela gostava muito, embora ela também sempre ajudasse na Juventude Luterana, igreja a qual ela pertencia.
Em janeiro de 1963 eles noivaram e em setembro do mesmo ano casaram-se na Igreja Batista. Foram morar na Fazenda Progresso e tinham uma boa casa. Moravam com mais quatro irmãos de Waldemar e suas famílias.
MINISTÉRIO
Na fazenda já havia uma igreja, e os vizinhos também eram batistas. Logo foi formado um coral e mais tarde Paulina dirigiu o conjunto feminino. “Após uma evangelização de um pastor alemão que veio da Argentina, me converti ao Senhor Jesus, meu salvador, e após um curso fui batizada na Primeira Igreja Batista de Ijuí no final de 1964”, conta Paulina.
Paulina e Waldemar tiveram dois filhos: Marcos Roberto e Marim Roger, e tem 4 netos já adultos. Em julho de 1976 mudaram-se para Campo Grande, onde permaneceram por 9 anos e depois foram para Fazenda no município de São Gabriel do Oeste.
Durante os 9 anos residindo em Campo Grande, participou do coral e tinham um grupo de oração e faziam visitas nos lares. Nas férias ou feriados iam a São Gabriel do Oeste, onde encontraram quatro famílias batistas e iniciaram um pequeno culto de oração. “O nosso pastor Jonathan de Oliveira, era o pastor da Primeira Igreja e nos ajudou muito”, relembra Paulina.
A partir desse grupo, Waldemar e Paulina começaram a planejar a construção de uma pequena igreja, sendo sempre orientados e estimulados pelo Pr. Jonathan. Foi assim que ambos tornaram-se fundadores da Primeira Igreja Batista em São Gabriel do Oeste. “Logo comecei com Escola Dominical, coral, que eu dirigia, pois além do dom de canto, Deus me deu o dom da regência que eu gosto muito. Eu não fiz nenhum curso mas meu Deus me deu o dom da regência tanto coral como congregacional”, descreve Paulina.
No pequeno templo cabiam 120 pessoas, e teve como seu primeiro obreiro o Pastor Nelson, que morava atrás do templo. “Tivemos vários pastores e os membros aumentaram. Foram feitos batismos nos rios pequenos. Agora temos uma igreja grande com 600 lugares que fica quase sempre cheia. Somos 560 membros”, conta entusiasmada irmã Paulina.
Irmão Waldemar faleceu aos 76 anos, no dia 7 de novembro. “Em setembro do ano passado fizemos 52 anos de casados”, relata Paulina. “Tornamo-nos Gideões e já faz 37 anos distribuindo a Palavra de Deus”, conta irmã Paulina, que continua cooperando na obra do Senhor na Primeira Igreja Batista de São Gabriel do Oeste.
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